Resenha | O primeiro dia do resto da nossa vida, de Kate Eberlen
Tess e Gus foram feitos um para o outro. Só que eles não se encontraram ainda.
E pode ser que nunca se encontrem... Tess sonha em ir para a universidade. Gus mal pode esperar para fugir do controle da família e descobrir sozinho o que realmente quer ser. Por um dia, nas férias, os caminhos desses dois jovens de 18 anos se cruzam antes que os dois retornem para casa e vejam que a vida nem sempre acontece como o planejado.
Ao longo dos dezesseis anos seguintes, traçando rumos diferentes, cada um vai descobrir os prazeres da juventude, enfrentar problemas familiares e encarar as dificuldades da vida adulta. Separados pela distância e pelo destino, tudo indica que é impossível que um dia eles se conheçam de verdade... ou será que não?
O primeiro dia do resto da nossa vida narra duas trajetórias que se entrelaçam sem de fato se tocarem, fazendo o leitor se divertir, se emocionar e torcer o tempo todo por um encontro que pode nunca acontecer.
Editora: Arqueiro - Número de páginas: 432 - Adicionar: Skoob
Em 1997, a vida estava apenas começando para Tess. O verão foi ótimo, depois de viajar para a Itália com a sua melhor amiga, Doll, Tess um dia pretende retornar e revivê-lo. Porém uma nova vida a espera na Universidade.
Mas às vezes o destino tem planos diferentes e quando Tess retorna para casa o seu mundo vira de cabeça para baixo. Sua mãe é diagnosticada com um câncer avançado e seu sonho é adiado, todos esperam que Tess cuide de sua irmã mais nova, Hope, que tem Síndrome de Asperger. Depois do luto Tess tem de lidar com muitos desafios ao longo do caminho - um noivado cancelado, uma amizade perdida, um caso e muitas decepções. E no momento mais difícil de sua vida, uma viagem inesperada lhe dará a chance de ter tudo que precisava.
(...) Tento me concentrar na pureza do branco contra a claridade do azul para conter às lágrimas que estão embaçando minha visão. Mas, quando falo, consigo manter a voz firme, porque não vou mentir e também não vou sentir pena de mim mesma, porque este é com certeza o melhor dia da minha vida.
Em 1997, a vida também estava em transição para Gus. De férias na Itália com seus pais, Gus tenta ser forte após a morte de seu irmão. Sentindo a indiferença dos pais desde o acidente que matou o seu irmão se encontra ansioso para sair de casa e começar a Universidade, mesmo que ele não tenha certeza se quer mesmo cursar medicina.
Mas às vezes o destino tem planos diferentes e só o sucesso não é o suficiente, com o passar dos anos um relacionamento estável é jogado fora e uma relação inesperada é iniciada, mas é um caminho difícil e para cada momento de alegria há o dobro de momentos de tristeza e solidão. Quando ele se encontra com experiencia suficiente na bagagem uma velha amiga lhe dá uma viagem que lhe dará a chance de ter tudo que precisava.
(...) Houve uma pequena alteração no destino e ficamos nos desencontrando.Sei que parece piegas, mas não consigo pensar em outra maneira de explicar. Tudo que sei é que essas últimas 24 horas foram como a vida inteira deveria ser. Nunce tive tanta certeza de nada. Mas, tenho certeza disso.
O primeiro dia do resto da nossa vida, de Kate Eberlen é uma história de desencontros que nos faz torcer a todo o momento pelo o momento em que os personagens irão finalmente se reencontrar.
É um romance todo trabalhado em moldes da vida real. A história em si não é tão bonita, se a realidade fosse tão boa assim não teríamos tantas pessoas fascinadas por ficção, mas a mensagem entre as entrelinhas é o que mais surpreende.
O destino, ou seja lá como queira chamar as interrupções entre caminhos que percorremos, nos leva a tantas experiências boas e ruins, por momentos se pararmos para pensar algumas experiências ruins poderiam não ter acontecido se não tivéssemos desistido tão facilmente de algo, ou mesmo optado por desistir em vez de persistir. A vida é tão complicada, para cada passo mal dado existe uma consequência. Os personagens deste romance passam por experiências que se tivessem pensado só mais um pouquinho tudo seria diferente, mas aí que está o ponto chave do romance, como poderia ter sido diferente se a vida nos exige tanto?
Kate Eberlen nos dá uma visão muito realista sobre a vida, os erros e acertos.
Kate Eberlen cresceu em uma cidadezinha a 50 quilômetros de Londres e passou a infância lendo livros e sonhando em escapar de lá. Estudou literatura clássica em Oxford e trabalhou em diversos setores do mundo editorial e artístico. Recentemente, Kate se especializou em ensinar inglês para estrangeiros com o objetivo de passar mais tempo na Itália, país pelo qual é apaixonada e que já visitou várias vezes. É casada e tem um filho
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