SEQUÊNCIA DE “PERDIDA”, DE CARINA RISSI, JÁ TEM DATA DE LANÇAMENTO
Carina Rissi divulgou que À procura do felizes para sempre, sequência do livro Perdida, deve chegar em agosto às lojas, o lançamento deve acontecer na Bienal do Livro de São Paulo. Para quem ainda não conhece essa série incrível, leia a resenha do primeiro livro, Perdida .
Confira abaixo a capa provisória e um trecho:
]CUIDADO! ALERTA DE SPOILER
“…E então, bem atrás da mesa dele, pendurado como se fosse uma obra de arte, me deparei com a tela suja e borrada por meus dedos.
Segurei os ombros de Ian e me ergui o suficiente para olhar em seus olhos.
− Por que aquela coisa horrorosa tá pendurada na sua parede como se fosse um quadro de verdade?
− É um quadro de verdade! – ele afirmou, enrolando uma de minhas ondas no indicador.
Ian observou a tela, espalmando a mão grande na curva de minhas costas para que eu não caísse. Um sorriso orgulhoso brotou em sua boca perfeita.
− Tá legal – falei devagar, olhando-o com a testa encrespada. − Não entendi mais da metade do que você disse, mas tenho a impressão que você acabou de dizer que sou uma droga como artista.
Ele deu risada.
− Ainda não terminei. – Então se obrigou a voltar a fachada de crítico de artes. – Porém, se deixarmos tudo isso de lado e nos concentrarmos na relação estabelecida entre a figura oculta e as marcas de dedos, vemos que a qualidade do trabalho é significativa, e a mensagem rica e engenhosa.
− Ah, é, é? – Apertei os lábios para não rir.
Ele fez que sim, mantendo a expressão séria.
− Perceba com que riqueza o amarelo e o vermelho se entrelaçam, criando a ilusão de luz e profundidade. Como aquela torção ali no canto nos remete a um vórtice em constante movimento. Nesta perspectiva, percebemos que a negligência é proposital, ouso dizer sofisticada, para que os traços representem a liberdade da alma da artista. Observe aquela mistura de marrom e verde bem ao centro.
− Que lembra uma batata podre?
− Precisamente! – Ele lutou contra um sorriso. − A batata é o símbolo máximo do livre-arbítrio e a independência triunfando sobre as adversidades causadas pelo mata-borrão!
Eu gargalhei tanto que teria caído do sofá se Ian não estivesse me segurado com tanta firmeza. Ele ria também.
− Sério, Ian, é feio demais. Acabou com a decoração do seu escritório. Devia colocar no lixo.
− Meu amor, eu jamais poderia. Quando olho para esta tela me lembro da forma como foi criada. A razão daquela confusão de cores e marcas de dedos. Não há outra que seja mais preciosa ou mais bela para mim. Recentemente também adquiri muito apreço por aquela magnifica mesa de carvalho. E agora desejo acrescentar este confortável sofá a lista. − E esticou o pescoço para alcançar meu lábios. “
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