“A 5ª Onda” é uma adaptação que rolou mas não rolou, algo como para ficar em cima do muro: não é de todo ruim, mas poderia ser melhor. E ainda estamos no aguardo de notícias sobre sua sequência nos cinemas — e isso depende muito das bilheterias de seu antecessor em todo o mundo.
No Brasil, o filme chegou ao topo do ranking de ingressos vendidos já em sua primeira semana, e mesmo que o custo da produção esteja estimado em 38 milhões de dólares, as bilheterias mundiais já cobriram 70 milhões de dólares em ingressos no início de fevereiro, então as chances de O Mar Infinito também ir para os cinemas são reais, sim!
Mas, enquanto continuamos no escuro quanto a essa nova adaptação, queremos dar uma luz sobre algumas das principais alterações do primeiro filme.
Cassie mata o soldado.
Tanto no livro quanto no filme há uma cena onde Cassie entra em uma antiga loja de conveniência e tropeça em um homem ferido. Em todas as versões, ela acaba atirando no homem conforme ele pega um crucifixo. Ela confundiu o crucifixo com uma arma. As cenas são quase completamente idênticas no filme e no livro, apenas com uma pequena mudança. O homem é identificado como um soldado no livro. No filme, não há nada sugerindo que ele é um soldado.
A ordem em que Cassie conta a história é um pouco diferente.
No livro, Cassie aos poucos te dá os detalhes do plano de fundo do que aconteceu no passado –- tudo que leva a quinta onda. No entanto, o modo como as ondas foram apresentadas foi alterado no filme. Depois da cena com um soldado, Cassie gasta tempo te contando tudo, ao invés de aos poucos intercalar com o presente. A história por trás eventualmente chega no presente, e a partir daí seguimos a diante.
Essa não é uma grande mudança. Isso faz sentido para os roteiristas, misturas as coisas um pouco por causa do ritmo do filme.
Não tem Crisco.
Um personagem muito importante no livro é cortado do filme. Quando Cassie e sua família chegam em Camp Ashpit, ela se depara com uma criança cabeluda e gordurosa (francamente assustador) chamada Crisco. Quando o exército chega no acampamento, Cassie termina (sem perceber a natureza dos militares) os levando até Crisco que é então morto em sua frente.
Vosch não mata especificamente o pai de Cassie.
Quando os soldados começam a matar os adultos no Campo, Cassie testemunha o Coronel Vosch matando seu pai com um tiro na cabeça. No filme, isso não é realmente visto. Em vez disso, há uma grande comoção entre os adultos que eventualmente evolui no massacre visto nos livros. De qualquer forma, quando Cassie vê o que acontece, ela foge e não vê seu pai sendo assassinado, como faz nos livros. Nós não sabemos se Vosch matou especificamente o pai de Cassie no longa.
Cassie não é resgatada de uma nevasca.
Originalmente, depois de ser baleada, Cassie, eventualmente, faz seu caminho para um carro e entra nele para buscar refúgio de uma nevasca. E então desmaia e é nesse ponto que Evan encontra-a e leva ela de volta para sua casa. Mas no filme não há nevasca. Cassie simplesmente desmaiou logo após ser baleada — mas Evan chega para resgatá-la, de qualquer forma.
A família de Ben é morta pela praga.
No livro, a família de Ben foi morta durante um ataque em sua casa. No filme, Ben mencionou que seus pais morreram da praga durante a Terceira Onda e que sua irmã morreu entre os terremotos. Ele ficou doente, mas sobreviveu.
Ben não mata Chris.
Falando do Chris, no livro os Outros enganam Ben para matar uma criança depois de chegar na base. Eles dizem à ele que a criança está infectada e “provam” isso. Onde o filme difere é em identificar quem é essa criança. No livro ele é realmente o melhor amigo de Ben, Chris. No filme, ele é apenas um garoto aleatório. Se esse garoto é Chris, isso não chega a ganhar destaque.
Sargento Reznik é uma mulher.
Reznik essencialmente desempenha o mesmo papel no filme como nos livros. No entanto, ao contrário dos livros, Reznik é uma mulher no filme. Ela é interpretada pela atriz Maria Bello. E para nota, a personagem não é tão difícil ou viciosa no filme como nos livros. Neles, muitos dos recrutas odiavam fortemente Reznik, mas são praticamente indiferentes a ela no filme.
Não há Wonderland.
Originalmente, ao chegar no Campo, Ben e as outras crianças e adolescentes são executados através de um programa chamado Wonderland. O programa é uma tecnologia supostamente roubada dos alienígenas que lhes permite mapear mentes, o que resulta em Ben tornando-se um dos principais alvos de Vosch. Wonderland é completamente cortado do filme.
Ben realmente não “evoluir” para Zombie.
No filme, quando Ben chega à base, Reznik rapidamente dá-lhe o apelido de Zumbi. Isso porque ele escapa da praga para parecer quase morto. Embora seja verdade que no livro Ben é chamado de zumbi enquanto está no campo de refugiados, ele realmente ganha esse apelido com o tempo. É algo que cresce lentamente até acontecer.
Sammy não reza.
Sammy e Cassie muitas vezes rezavam juntos nos livros. Mais tarde, quando ele está na base, Sammy vai para Ben a cada noite porque ele tem problemas para dormir. Como Cassie fez, Ben reza com Sammy. No filme, a oração é substituída por Cassie cantando para seu irmão. Há uma cena em que Sammy e Ben cantam juntos, mas não vai muito além disso.
Não há confronto com Tank.
A dependência de Sammy por Ben traz alguns atritos no Esquadrão 53 — especialmente com Tank. No entanto, no filme, este confronto é praticamente inexistente. No filme, a única verdadeira tensão vem de personalidade difícil de Ringer.
Os implantes não matam.
Depois de perceber que os militares são na verdade compostos dos Outros, o Esquadrão 53 ataca Reznik. Nesta cena, aprendemos que os implantes podem ser usados para matar. Esta característica dos implantes não está presente no filme.
Ringer não mata Reznik.
Quando Reznik tenta aniquilar o Esquadrão 53 através de seus implantes, Ringer é aquele que atira e matá-o. No filme, Reznik em vez disso é derrubado por Cassie na base com o cabo de um mouse de computador.
E aí, mais alguma cena que foi uma alteração grotesca do livro?
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