Resenha | Matando Borboletas, de M. Anjelais


" Certa vez, eu havia sido marcado por alguém que brilhava tanto e, ao mesmo tempo, vivia na escuridão. "




O primeiro amor, a inocência perdida, e a beleza que pode ser encontrada até nas circunstâncias mais perversas. Sphinx e Cadence — prometidos um ao outro na infância e envolvidos na adolescência. Sphinx é meiga, compassiva, comum. Cadence é brilhante, carismático — e doente. Na infância, ele deixou uma cicatriz nela com uma faca. Agora, conforme a doença de Cadence progride, ele se torna cada vez mais difícil. Ninguém sabe ainda, mas Cadence é incapaz de ter sentimentos. Sphinx quer continuar leal a ele, mas teme por sua vida. O relacionamento entre os dois vai passar por muitas reviravoltas, até chegar ao aterrorizante clímax que pode envolver o sacrifício supremo.


Editora: Verus | Páginas: 224 | Ano: 2015 | Adicionar: Skoob


Conheci " Matando Borboletas " por acaso, sua sinopse me atraiu, e quando a li sinceramente eu achei que fosse um romance entre dois jovens predestinados a ficarem juntos como costumamos ver em diversos romances, porém é uma leitura completamente diferente, poderia ser sim um romance simples e a certo ponto clichê, mas a temática é muito louca e isso quase me fez desistir da leitura, porque realmente não era o que eu esperava.

Primeiramente tenho que esclarecer que este livro teve uma forte repercussão negativa entre os leitores ingleses, e a respeito dos brasileiros não sei se o seu acolhimento foi negativo ou positivo quando lançado, porém  até onde eu sei suas avaliações na rede social internacional Goodreads são bastante negativas e eu não compreendi exatamente os pontos negativos em que esses leitores não se agradaram, porque está é uma leitura muito interessante se tratando no contexto de uma doença muito misteriosa e assustadora, no meu ver é um leitura educativa e merece destaque. 

Foto: Resenhando de Pijamas



Você já se imaginou casada com o seu melhor amigo de infância? Ou mesmo quis que sua filha(o) namorasse com o amigo(a) de infância? 

Em " Matando Borboletas " conhecemos duas amigas de infância que selaram um pacto ainda enquanto crianças e desde muito cedo planejaram o casamento de seus filhos, sendo eles, Sphinx e Cadence. 

Sphinx e Cadence cresceram juntos assim como suas mães e sabem a respeito do pacto que foi selado a muitos anos atrás. Porém devido a diversos acontecimentos enquanto ainda eram crianças, se veem serem separados aos 10 anos de idade após um incidente que deixou Sphinx com uma enorme cicatriz no rosto.

Confesso que de início a leitura não cativou, e somente após o reencontro dos personagens que fui atraída e me vi extremamente curiosa e temerosa sobre suas reações.



" Às vezes, pensei, ser comum é melhor. Foi a primeira vez na vida que eu percebi que algo pode ser tão incomum a ponto de estar quebrado, tão extraordinário que significa que há algo estragado ali. "


O personagem Cadence é um mistério, tudo a respeito dele me fascinou e ao mesmo tempo me deixou extremamente assustada, por diversas vezes me vi questionando sobre os seus sentimentos, certo ele não demonstrou sentir absolutamente nada e isso me assustou, mas assim como a Sphinx eu sentir que deveria dar oportunidades para que ele se redimisse sobre suas atitudes, sobre suas ações e esperei sim que ele demonstrasse uma falha em sua personalidade e que eu pudesse ver algo digno de admiração.  

Sphinx é uma garota doce e carinhosa, e eu sentir na pele tudo que ela sentiu, todas as suas emoções, todos os seus medos e como ela eu me vi quase perdendo a sanidade por estar tão próxima de alguém especial, educado e extremamente bonito cujo o encanto se quebra assim que se olha diretamente nos incríveis olhos azuis e percebe que não há nada de encantador ao contrário, existe uma falta de insensibilidade assombrosa que faz até a alma se arrepiar. 


Sphinx ver seu melhor amigo Cadence e sua família se mudarem para Londres, e apesar das cicatrizes que sempre a lembrariam de seus medos viveu uma pré-adolescência como qualquer outro jovem, porém após completar 16 anos recebe uma ligação e a sua realidade é afetada, todos os receios e medos retornam intensamente. Seu melhor amigo de infância Cadence se encontra muito doente e almeja passar os últimos dias de sua vida ao seu lado, sem saber como recusar ao pedido faz as malas e parte para Londres.

Sphinx esperava encontrar um Cadence diferente, após anos sem se ver a interação e o medo continua o mesmo e pior,  Candence. O garoto que se recorda continua incrivelmente lindo, um anjo aos olhos de qualquer pessoa, obviamente que sua beleza é tão chamativa, atraente que é capaz de ofuscar a percepção de um observador nato, mas não Sphinx, para ela ele continua frio e maldoso como antes mesmo em seu atual estado ele é capaz de tudo, até mesmo de tentar matá-la. 


" Era alguma coisa nos olhos dele. Eles estavam acessos, brilhando muito, tão brilhantes e tão frios, como a reflexo do sol em uma paisagem gelada. " 


Passei a entender o personagem Cadence nas últimas paginas antes do termino da leitura,  é estranho e engraçado como isso só fez com que eu ficasse mais assustada e fascinada, é incrível como a narração foi capaz de me fazer sentir tantos sentimentos, e na maioria contraditórios. As justificativas, acho que posso as chamar assim sobre as atitudes do personagem em relação a sua doença e a sua amizade com a personagem Sphinx me amoleceu e confesso que chorei muito. Foram tantas informações que foi insuportável somente ver tudo que estava ocorrendo na narração final e não poder interferir e comentar, ou mesmo dizer algo a eles, isso foi muito frustrante. Terminei está leitura muito triste e aliviada por ter entendido Cadence perfeitamente mesmo em sua falta de sanidade, e fiquei muito triste por ver sua incapacidade em ser humano e amar ao próximo como deve ser, eu sei que não há uma justificativa, é uma doença e ele é doente. 


M. Anjelais me conquistou e em pouquíssimas páginas ele foi capaz de me levar ao meu limite como leitor,  isso foi admirável. 

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